A nossa relação com estudo (e estudar melhor) é, de maneira geral, engraçada. Para dizer o mínimo. A contradição é clara. Estudar é algo que temos que começar a fazer muito cedo e nos vemos fazendo por muitos anos. Logo adquirimos a consciência de que precisamos daquilo para dar passos importantes na vida, mas isso não torna essa relação mais fácil. Estudar é difícil e nós, por não sabermos melhor, complicamos ainda mais o processo.
Não sei dizer como isso tudo começou, mas a verdade é que a gente (ou a maioria das pessoas) estuda errado. Regularmente, sentamos às nossas mesas de estudos e empurramos um monte de informações maçantes e desconectadas no nosso cérebro de um jeito que ele não suporta. Dá uma séria desconfiança de que uma das principais razões porque a maioria das pessoas não gosta de estudar é o fato de não saberem estudar direito.
Estudar pode, sim, ser uma atividade prazerosa. Mesmo quando é uma obrigação. E, quando não for prazerosa, pode, pelo menos, ser menos sofrida. A questão é que estudar é uma atividade mais subjetiva que objetiva. Muitas variáveis devem ser levadas em consideração, mas a principal delas é a capacidade de concentração e retenção do cérebro.
Neste artigo você acompanha uma série de dicas para tornar o seu horário de estudos menos sofrido, mais produtivo e mais eficiente.
1. Neurociência para estudar melhor
Para estudar melhor, é importante compreender como o cérebro recebe as informações que colocamos nele. Bom, pra começo de conversa, o cérebro é um emaranhado de informação. Como explica a blogger Kim Roach, do The Optmized Life, no artigo How to Study:
“Nós não lembramos de fatos isolados, em vez disso, interligamos tudo por associação. Toda vez que experienciamos um evento novo, nosso cérebro junta os cenários, cheiros, sons e nossas próprias impressões em uma nova relação”.
Isso quer dizer que o cérebro se lembra das coisas por meio de repetições, associações, imagens visuais (não, isso não é uma redundância :D), ou seja, usa todos os cinco sentidos. Sendo assim, nossa missão é facilitar a vida dos nossos cérebros e tornar esse processo de conectar informações mais eficiente.
2. Estudar requer ambientação
É importante que o cérebro saiba que é hora de estudar. Por isso tantas pessoas dizem que não é produtivo estudar deitado na cama, por exemplo. O espaço ideal para estudar requer um mínimo de paz e o menor número de distrações possível. Provavelmente você terá paz estudando na sua cama, mas o seu cérebro a reconhece como um lugar de descanso e não de estudo.
Procure um lugar calmo, mas que não tenha uma atmosfera de descanso. O ideal é que seja um lugar grande, para que você espalhe os seus livros e materiais e possa se movimentar um pouco durante as sessões de estudo. Vá sempre a esse lugar até que seu cérebro se adapte. Com o tempo seu horário de estudo deve se tornar gradativamente mais produtivo.
3. Gerenciamento de tempo é chave
Saber gerenciar o seu tempo quando estudando é a chave de uma sessão de estudos bem sucedida por mais de um motivo. O primeiro deles é o óbvio: você provavelmente tem outras atividades no seu dia, então, precisa ser organizar para realizar as suas tarefas e, ainda, estudar. O segundo, e mais importante, envolve, é claro, o cérebro.
O cérebro humano é uma máquina poderosa, mas nem por isso devemos abusar dele. Não adianta você se sentar à mesa e ler freneticamente por 3 horas seguidas, porque o seu cérebro não vai absorver muita coisa. As razões são, de maneira bem simplificada:
1) Existe um limite para a quantidade de informação que o cérebro consegue receber de uma só vez;
2) O cérebro precisa de um tempo para “respirar” e associar as informações recebidas.
Dessa maneira, gerenciar tempo – para quem estuda – não significa estudar mais, significa estudar melhor. Uma das técnicas mais indicadas para estudantes é a Técnica de Pomodoro, que consiste em se concentrar em uma atividade por 25 minutos e descansar por 5 minutos. Assim você limita a quantidade de informações adquirida e dá uma “respirada” antes da próxima rodada.
4. Use e abuse de flashcards
Como falado, o processo de aprendizagem funciona, também, à base de repetições. Para tirar vantagem dessa característica do cérebro, os flashcards – ou cartões de memorização – são ótimos aliados. A repetição consiste em “alimentar” a mesma informação para o cérebro repetidas vezes.
Os flashcards são cartões portáteis – pequenos e de fácil locomoção – nos quais você anota informações importantes e as leva com você para, sempre que tiver um tempinho, rever as suas anotações. É importante destacar que o flashcard deve conter apenas um tópico ou um conceito. Assim a sua memória visual otimiza o processo.
Outra maneira interessante de usar flashcards é colocar perguntas na frente, respostas no verso e fazer um quiz com você mesmo. O ideal é que você passe pelos seus cartões pelo menos 3 vezes por dia para que os tópicos estudados entrem na sua cabeça de uma vez por todas.
5. Associe-se aos mapas mentais
Outra característica do cérebro é fazer associações. Uma das melhores maneiras de fazer isso ao estudar é por meio de mapas mentais. Já escrevi um artigo sobre como eles funcionam aqui no Curseduca, mas basicamente, você escreve um tópico no centro de uma folha de papel e vai fazendo ramificações com informações relacionadas ao tópico central. Esse processo ajuda o cérebro a fazer associações, aprimorando o processo de aprendizagem.
E pra você, quais são as suas melhores dicas para estudar melhor? Compartilhe nos comentários!