Todos os anos é aquela velha história: entra dezembro e a gente começa a fazer planos e traçar metas para o ano que vai chegar.O problema é que, na grande maioria das vezes, abandonamos essas resoluções ainda na primeira semana e passamos o resto do ano amargurando a incapacidade de levar uma decisão adiante. Até que mais um ano termina e caímos no mesmo ciclo improdutivo e sem resultados…
A questão é que resoluções de Ano Novo não funcionam. Elas são amplas, vagas e não criam uma conexão entre a força de vontade e o gatilho da ação. Na verdade, quase sempre, as resoluções chegam a ser bem pouco realistas. No final das contas, você nem mesmo se compromete a elas.
Por que resoluções não funcionam
Crédito: BazaarBizarreSF (Creative Commons)
Para o coach Steve Errey, as resoluções não funcionam por 4 razões:
(1) elas representam o que você pensa que deveria fazer em vez do que você realmente quer fazer;
(2) elas são como metas e, quando focadas somente nos resultados, perdem o propósito – pois o real valor está na experiência em si;
(3) não há motivação ou compromisso porque você está tentando agir em relação a algo que não faz sentido pra você, com o que você não se importa; e
(4) o timing da coisa está errado, pois você acaba de sair de uma época de recesso e feriados e está voltando à dura realidade do mundo. E no Brasil, fazemos isso no início do verão, o que torna o processo de mudança de atitude ainda mais árduo.
Então o que fazer? Como traçar metas?
Para Errey, a solução é fazer escolhas confidentes e baseadas no que realmente importa para você. Esta é uma boa estratégia, mas seguí-la não significa que você não pode ter metas. E ter metas não significa, necessariamente, que você não vá aproveitar e aprender com as experiências.
Trata-se, portanto de saber traçar as suas metas para que elas lhe permitam alcançar os seus objetivos e, ao mesmo tempo, ter experiências que lhe motivem a perseguir esses objetivos e a não desistir deles antes que o Carnaval chegue.
Neste artigo você vai conhecer dois métodos que vão lhe ajudar a traçar metas de uma maneira clara e precisa: o método SMART e o método HARD.
Metas SMART
Crédito: Karen Morse
O método SMART (em inglês, esperto) foi criado pelo guru da Administração Peter Drucker, nos anos 50, S.M.A.R.T. é um acrônimo. Logo, cada letra do termo corresponde a uma característica que você deve atribuir à sua meta para que tenha chances infinitamente maiores de alcançá-la. Esse caminho é indicado para metas grandes e de longo prazo e as características propostas por Drucker têm o objetivo de torná-las mais realistas e, consequentemente, realizáveis.
S.M.A.R.T. quer dizer:
Specífic >>> Específico: Quando se trata de metas, quanto mais específico você for, melhor! Muita gente começa o ano assim: “vou emagrecer”. Isso não é suficiente. Se perder peso é uma meta para você, dig deeper. Quantos quilos vai perder? Em quanto tempo? Vai fazer dieta? Qual dieta? Vai fazer exercícios? Que tipo de exercícios? Quantos dias por semana? – Metas específicas geram ação.
Measurable >>> Mensurável: Você precisa saber como vai medir o seu progresso, como vai saber o quanto progrediu ou identificar o momento em que atingir o seu objetivo. Um exemplo de mensuração é manter um caderno ou um log no computador com cada avanço em relação à meta.
Attainable >>> Alcançável: É preciso ponderar se a meta que você deseja alcançar é possível de ser realizada ou se você está indo longe demais. Não se trata de pensar de pequeno, mas de ser honesto consigo e traçar um plano “realista”.
Relevant >>> Relevante: Esta meta é importante? Ela vai te deixar mais perto dos seus sonhos ou objetivos maiores? Ou você deveria focar em outras metas mais importantes?
Time-Bound >>> Temporal: Colocar uma contagem regressiva na sua meta a torna urgente e importante, ou seja, uma prioridade.
Muitos especialistas sugerem que pensemos em metas de, no máximo, 90 dias. Se você tem projetos ou objetivos de maior prazo, a ideia é “quebrá-lo” em metas menores. Dessa maneira, você verá resultados mais rapidamente e se sentirá motivado para perseguir a próxima etapa. Outra dica importante é não exagerar e tentar correr atrás de inúmeras metas de uma só vez. Comece com as mais importantes e não passe de seis ou sete.
Método HARD
O Método HARD (em inglês, difícil) foi criado por Mark Murphy e é trabalhado por ele no livro HARD Goals: The Secret To Getting From Where You Are To Where You Want To Be (em português, Metas Que Desafiam: A Ciência dos Feitos Extraordinários).
Assim como no caso das metas SMART, as metas H.A.R.D. também é um acrônimo. Mas, nesse caso, as características relacionadas à meta se referem ao quanto ela te move em direção ao seu objetivo.
No livro, há uma série de perguntas relacionadas a cada categoria do HARD. A cada pergunta, você atribui uma pontuação que é posicionada em um grid. A partir dessa combinação é possível identificar o quanto essa meta é condizente com os seus maiores objetivos.
H.A.R.D. significa:
Heartfelt >>> Conexão emocional: Esta categoria corresponde à conexão emocional que você tem com a sua meta.
Animated >>> Vivo: Esta corresponde à visão que você tem dessa meta quando ela for alcançada, do quanto você consegue enxergá-la na sua mente.
Required >>> Necessário: Esta refere-se ao conhecimento necessário para que a meta seja alcançada. Você já possui esse conhecimento? Ou ainda precisa adquirí-lo?
Difficult >>> Difícil: Esta corresponde à dificuldade em alcançar a meta. Se for muito difícil, provavelmente é um objetivo distante, um sonho para o futuro. Se não for muito difícil, é provável que seja uma etapa em direção a esse sonho.
CONCLUSÃO
Os métodos SMART e HARD são duas maneiras bem diferentes de abordar as metas. Enquanto as metas SMART focam em elementos racionais, as metas HARD combinam estes elementos com a conexão emocional e a visão de futuro. No entanto, ambas têm o seu valor. É interessante fazer testes, experimentar e encontrar o método que mais combine com a sua personalidade e com o tipo de meta que você deseja alcançar.