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Guia Prático do sonho da Carreira Pública

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As incertezas do trabalho na iniciativa privada, a estabilidade e salários competitivos são alguns dos motivos pelos quais muitos profissionais têm optado por dedicar-se a passar em um concurso público. Mas será que essa é uma opção interessante para todo o tipo de profissional? Na continuação de nossa série sobre a escolha da carreira, entenda um pouco sobre o que significa seguir uma carreira pública e como fazer para chegar lá.

1. Fantasia x realidade na carreira pública

A maioria das pessoas tem uma visão bastante idealizada do que seja um emprego público: imaginam pouco trabalho, salário alto e quase nada de cobrança. A realidade que não conhecem é que muitos órgãos contam hoje com déficit de servidores especializados, o que torna comum encontrar acúmulo de trabalho e profissionais sobrecarregados, e que muitos amargam longos anos sem nem mesmo obterem reposição das perdas salariais (com a inflação, por exemplo). É preciso, então, perceber que não é só o salário que deve entrar na conta na hora da decisão por esse tipo específico de emprego.

É o que pensa o publicitário Leonardo Rezio, funcionário na Universidade Federal de Goiás desde 2008. Mais do que o salário, o fator decisivo que pesou na decisão em mudar de emprego está ligado à qualidade de vida. “(Eu) vinha da iniciativa privada, na área de publicidade, onde para se conseguir um salário decente era necessário trabalhar doze horas por dia. Um ritmo de trabalho e um nível de estresse muito alto que estava prejudicando minha saúde. Não estou dizendo que na iniciativa pública não se trabalha, isso é um mito (que muitos erroneamente acreditam). Mas, estou querendo dizer que no serviço público encontramos condições de trabalho mais satisfatórias e rentáveis, comparando com a iniciativa privada”, diz Leonardo.

2. Vantagens

carreira pública

Estabilidade – Sim, essa é a principal vantagem e a característica que atrai a maioria dos candidatos. Em um emprego público, você não fica sujeito aos caprichos do mercado, e toda aquela tensão da possibilidade de ser demitido após uma eventual fusão da empresa desaparece.

Salários mais altos – Segundo alguns estudos, o salário no serviço público é mais alto em 88% das ocupações. Mas é importante ressaltar o dado associado a esse: geralmente, o servidor público tem mais escolaridade do que quem está no setor privado, o que justificaria os salários maiores.

Rotina pré-definida – Poder tirar férias anualmente e contar com os feriados para passar mais tempo com a família é um luxo para uma boa parte dos trabalhadores da iniciativa privada, e que os servidores públicos tem garantidos.

3. Desvantagens

Negociação salarial intrincada – Ao contrário da iniciativa privada, onde a negociação do salário pode ser feita caso a caso, no funcionalismo público só pode acontecer para toda a categoria – o que pode significar longas greves, dependendo da força politica da categoria a qual o servidor pertence.

Burocracia – A burocracia torna tudo mais lento, e por vezes uma idéia genial demora um tempão para sair do papel, o que compromete a eficácia e a eficiência das equipes.

Modelos arcaicos de gestão – As coisas melhoraram muito, mas ainda esbarra-se em regras pouco claras, com base em politicagem, que acabam deixando a carreira de muita gente um pouco estagnada.

4. E os sonhos, onde ficam?

Pessoalmente, eu acredito que não podemos considerar uma carreira apenas pelo salário, ou pela estabilidade que oferece. Passamos um período significativo de nossas vidas no trabalho, e não dá para achar que um acréscimo no contracheque vá suprir as nossas necessidades de realização pessoal.

É claro que para algumas pessoas a estabilidade é mais importante que a possibilidade de ascensão, por exemplo – e aí a carreira pública se torna uma opção bem interessante. Já se você for movido por desafios, talvez deva considerar outras opções – empreender, talvez? A despeito de algumas visões mais maniqueístas, não existe apenas um caminho para a felicidade, e talvez a sua não passe pelo sonho dourado da classe média – o emprego estável, das 9 às 18 horas, com o inevitável contracheque ao fim do mês.

É claro que, por outro lado, nada impede que a sua felicidade esteja depois da aprovação em um concurso público. Uma prova disso é o concurseiro Thiago Patah, que deixou uma vida estável em São Paulo e se mudou para Brasília no intuito de correr atrás do sonho de ingressar na carreira diplomática: “O que mais me atrai é a carreira (de diplomata). A possibilidade de representar o Brasil em outros países. A estabilidade também é fator importante. Nunca cogitei seguir uma carreira somente pelo salário”, diz Patah. Para ele, a carreira na diplomacia é diferente das outras do serviço público, assim como os candidatos. “Nenhuma criança sonha em ser fiscal da receita ou analista administrativo. Os candidatos que escolhem essas carreiras buscam um salário alto. O cargo de diplomata não tem o salário mais alto do funcionalismo público, mas os candidatos para essa carreira certamente são os mais dedicados, passam anos estudando e os mais fieis, não transitam por outros cargos, no máximo investem na carreira de Oficial de Chancelaria, também no Ministério de Relações Exteriores”, afirma.

E agora, continua atraído pela carreira no serviço público? Então continue acompanhando a nossa série para saber como chegar lá. Até a próxima semana!